Maomé e a descoberta de George city



Este texto mostra um pouco que eu nem sempre fui perfeito, muito menos o gênio que não sou hoje. Ele se passa no ano de fundação do grupo "os brutais" que foi sem duvida um dos melhores anos da minha insignificante vida de imortal.


"Maomé. A lenda, o mito, o gênio e o vagabundo"
por: Juniorus Nodachi


Era um ano difícil pra mim. Eu tinha ficado em três recuperações, o que era inaceitável.
Sabia que provavelmente não me daria bem nas provas de final de ano estudando sozinho com sempre fiz, era hora de uma escolha drástica, fazer ou não um reforço escolar, mas conhecido como "banca".
Relutei a decisão por vários dias pensando que iria encontrar uma forma mais simples de aprender o deveria ser aprendido.
Sem muita escolha optei por entrar mesmo na banca.
Meu orgulho era grande.
"Como posso entrar numa banca? É coisa de retardado que num consegui estudar sozinho"
Com muita dificuldade falei com meu amigo que teria que arranjar um lugar pra estudar, por incrível que pareça ele também estava precisando de um lugar como esse.
O grande problema é que não sabia onde encontrar um lugar como esse. Não era fácil achar um confiável o suficiente para entregarmos nossas mentes brutas para lapidação.
Estava ''Mr. Nodachi'' que sou eu e o grande garoto o ''Mr. Soneca'' sem ter para onde ir e sem saber o que fazer.
Depois de uma semana de lamentações, descobrimos que na nossa sala tinha um de nossos colegas que aparentava conhecer um bom lugar.
O nome dele era ''Mr. Martins'', ''Mr. Duende'' ou ''Mr. Disqueteboy'', como preferir.
Depois de acertamos tudo com ele, descobrimos que tinha mais um elemento em situação parecida com a nossa. Entra em cena agora o ''Mr. índio'.
O ''Mr. índio'' não era uma pessoa muito confiável, era um completo "marginal" ou até algo pior.
Então marcamos que a tarde iria-mos para tal banca.
Dado umas 13:00 passa em minha casa um garoto de cabelos encaracolados e com um serrado olhar e sono "Mr. soneca".
Fomos até o lugar que tinha-mos marcado encontrar o ''Mr. índio''. Ele estava lá a nossa espera. Vestido com um roupa tipicamente indígena.
Esperamos por alguns minutos a chagada de nosso outro colega o ''Mr. martins'', mas ele não chagava. Ficamos preocupados.
"Aquele miserável ta atrasado! Filho da..."
Fomos caminhando da porta do mercado "JBV" até as proximidades da "Elite piso". Foi uma caminha dura , pois estava chuviscando e eu estava dividindo meu guarda-chuva com o ''Mr. índio''.
Quando chagamos la avistamos no horizonte cinzento e sombrio de uma tarde chuvosa um traço, sim um traço, uma grande linha de um 1,75 metros caminhando em nossa direção a unica coisa que via-mos bem era um pequeno caderno em sua extremidade esquerda.
Nós nos olhamos enquanto a grande linha vertical se aproximava, senti que o ''Mr. índio'' tinha lágrimas nos olhos, provavelmente pela cena fortemente deplorável que estávamos presenciando naquele momento.
Eu que não conseguia entender realmente o motivo para tal caras assustadas que estavam fazendo meus caros amigos, serrei meus olhos o máximo possível até identificar mais umas evidencias de que aquele traço vertical seria realmente uma pessoa. Ele tinha uma camiseta de aproximadamente um dedo de largura, como aquelas que os fisiculturistas usam, tinha também um espécie de short de dançarina de grupo de pagode, um tom de amarelo que dificilmente vai sair de minha memória.
Ele se movia de forma esquisita, mas ao se aproximas mais podemos identificar que aquele era nosso colega o ''Mr.Martins''.
Ele chegou nos cumprimentando e falando alguma coisa sobre meu guarda chuva de flores que eu tinha pegado de minha mãe, mas foi tudo ignorado por todos, nós não conseguimos falar, pensar ou algo do tipo, só conseguimos olhar para aquele corpo raquítico de criança da Etiópia. Foi então que o ''Mr.índio'' perguntou umas coisas para o nosso colega traço.
"QUE DESGRAÇA É ESSA MERMÃO?? TU USA CRACK É?? "
Aquelas perguntas me deixou vermelho e a temperatura do meu corpo aumentou significativamente.
só conseguia-mos soltar gargalhadas e mais gargalhadas e fazer novas perguntas.
"OLIVIO PALITO!! HOMEM INVISÍVEL?! CABO DE VASSOURA!! GAROTO AFRICANO É VOCÊ MESMO??"
Depois desse momento alegre. Ele decidi levar-nos até a banca para conhecer quem viria ser nosso mestre.
Após uma curta caminhada chegamos na divisa de dois bairros. Um deles conhecido como "George city".
Eu particularmente não tinha nada contra esse bairro, mas ele carregava uma má fama devido ao seu alto grau de periculosidade.
Nossa sorte foi ter um experiente morador do tal bairro conosco. O "Mr. índio" já era bem conhecido pela ''malandragem'' do local , o que nos deu uma falsa sensação de segurança.
Finalmente chegamos na "meca" do nosso profeta.
Chamamos umas duas vezes e ele apareceu. Vimos seu rosto redondo suas barba grande e seu óculos fundo de garrafa e uma pequena barriga volumosa.
"Parece um pouco comigo ¬¬"
Ele nos recebeu com com boas vindas calorosas, nunca vou esquecer suas primeiras palavras.
"Olha que desgraça! um grupo de pestes do demônio"
Achei ele meio rude no inicio, mas depois vim perceber que ele estava bastante acostumado com certos seres anormais.
Entramos e começamos a falar com ele sobre nossas dificuldades e ele tão já foi dizendo.
"Dinheiro adiantado"
Pagamos ele ,quer dizer nem todos pagamos, "Mr. Martins deve ele até hoje", e continuamos o estudo e ele deu todas as dicas de como lidar com os professores e formas mais fáceis de estudarmos.
Ex: p.v= n.R.T = ( P.uta, V.elha, n.ão, R.ejeita, T.arado )
Foi uma semana incrível para gente eu aprendi tanto geometria, matemática e física quanto palavrões novos, meu vocabulário era estendido a cada dia. Poucas pessoas conseguiriam adicionar uma palavrão para cada frase dita como ele conseguia.
Mesmos depois de fazermos as provas e sermos aprovados, com exceção do "Mr.índio" que perdeu de ano de novo. Nós continuamos indo lá durante as ferias também, mas logo ficaram só eu e o "Mr.soneca" pois gostamos bastante do profeta maomé.
Quanto mais tempo passava, mas gente chegava. Ele estava ganhado muito. E nós frequentava-mos os três turnos. Era uma missão diaria andar no George city pela noite, presenciamos varias mortes, assaltos, brigas de gangs, conferencias de dono de bocas de fumo, sequestros, guerras nucleares, abduções alienígenas entre outro acontecimentos terrivelmente assustadores.
Na banca nós encontramos uma gang de meninas crentes. elas cantavam músicas gospel e falavam besteiras, e como falavam, falavam demais, era cada merda. Nosso professor também maneirava nos xingamentos e palavrões, ele passava a usar só de duas em duas frases agora.
Com essa gang desenvolvemos uma certa rixa, pois nós ouvia-mos música, que é o segunda maior causador de morte no mundo depois da religião. Nós ouvia-mos rock. O que parece ser normal pra algumas pessoas, é uma grande desonrar com ligação diabólica na Bahia. E ainda estávamos em território pagodeiro inimigo.
Conhecemos também um importante membro para nosso grupo lá. Uma lobo em pele de cordeiro chamado "Mr. Ph". Até então achávamos que ele era um viadinho que andava com uma galera estúpida e sem noção, mas acabou se tornando um grande amigo. No começo teve meio que uma relutância por eu achar que todo reggeiro era maconheiro, e ladrão.
Ele veio a se tornar membro de nossa banda de uma banda, mas isso já é outra história.
Essa situação perdurou por um ano inteirinho, depois de varias descobertas inesquecíveis que irei postar um dia. Descobrir que um personagem peculiar do oriente médio poderia ser um grande e inteligente homem de caráter que xingava MUIIIIIIiiiiiiitoo, e também vi que uma terra assombrada na verdade era uma grande familia, uma familia que perdia uns 50 membros por dia, mas uma grande familia.
Hoje tenho o maior respeito por aquele povo e peço do fundo do meu coração.
"Não me assaltem mais poha!"
Aprendemos também que o "Mr. índio" é burro pacas, que facções religiosas existem e que um professor quando esta dando reforço escolar em casa pode xingar bem mais que seus alunos.



"Uma história sem graça"
por: Juniorus Nodachi

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