Mon amour


  

''Sentidos volúveis''
 Por: Junior Nodachi

O dinheiro. O que ele pode fazer com sua mente, que sua mente não possa fazer de volta com ele?
Assim Eric caminhava todas as manhãs. Caminhava em busca do amado dinheiro. Ele amava o dinheiro, e o dinheiro lhe amava reciprocamente. Amantes, casados, unidos. Um laço imutável de mutualidade.
Eric jamais entendeu por que tinha perdido tanto dinheiro naquela roleta. Não seria a roleta fonte de toda sorte de Eric?
Ele jogava sua moeda pra cima, e esperava o resultado de uma resposta já esperada, um jogo de peças marcadas, uma moeda de lados iguais.
- Se der cara eu faço. Se der coroa eu não faço – dizia Eric
Um dia sem seu amante irreal, e com a roleta em sua mente, só lhe restava uma moeda. Ele a jogou pra cima e disse: Busque-me mais dinheiro!
A moeda rodava como a roleta rodava a seus olhos, uma casa preta, uma cara, uma casa vermelha, uma coroa. E a resposta veio quando a moeda bateu em sua palma fria e calejada. Com a mão no bolso, apanhou sua arma e se dirigiu a uma rua escura, um beco. Ao olhar um casal sacou sua armar e disse – entregue meu amante de noites tão puras, me passe todo seu dinheiro.
O homem, um tanto amedrontado por sua companheira, lhe entrega a carteira sem pensar muito. Eric olha a mulher e lhe pedi as jóias. Em um movimento brusco o homem entra em sua frente, e Eric atira descontroladamente, varias vezes.
Os dois estão no chão, ele se abaixa, pega as jóias e segue seu caminho, sem antes expressar todo o seu descontentamento em notas meladas com sangue de uma pessoa que abril mão tão fácil de um amor tão caloroso e recíproco como os delas.  
E assim, Eric volta pra roleta, onde desfruta de seu caso de amor luxuoso com suas notas e seu copo de uísque.
O dinheiro. O que ele pode fazer com sua mente, que sua mente não possa fazer de volta com ele?

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