Carteira




‘’Carteira cheia ‘’
Por: Junior Nodachi

Uma bela e gorda carteira cheia era particularmente um sonho infantil, um sonho bem sonhado como todos os sonhos que uma criança sonha. Via sempre a carteira da minha mãe na mesa, revestida de couro, espelho, nobreza. Um momento qualquer eu pedi uma a ela, e ganhei, chega meus olhos brilhavam. Preta e laranja com um pegasus desenhado. Nem é saudade a escrita de hoje, pois ela ta aqui do lado, na estante, nem tão bem guardada. Passei por outras depois dela, mas nunca me desfiz da criatura. Quando a libertei veio uma preta, uma marrom, uma variedade delas. Acabei até trabalhando numa fabrica, mas lá não produzia uma como aquela.

No entanto não era gordinha e estufada, e sim raquítica, magrinha e mirrada. A da minha mãe tinha cartões, documentos, passagens e varias paradas. O que me restava era guarda minhas moedas estrangeiras, notas de cruzeiro, reais da mesada, e figurinhas premidas. Tão bem guardada, cheia e saturada que o zíper nem fechava.

Hoje em dia não, ele transborda documentos, cartões, papeis importantes e regras. Minhas moedas estrangeiras ainda continuam na nova, só as preferidas pra ser sincero. Mas dinheiro que é bom, ele ainda tem espaço pra botar, pois a da minha mãe já tinha pouco, a minha não tem quase nada.

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