A história de Arthur (parte 02)
‘’ O amigo gordo’’
Por: Junior Nodachi
O vídeo game ligado, aos pés de uma bola enrolada em cobertores quentes berrava.
- Capitão Price, tudo limpo a esquerda, devemos avançar?
- Sim Sargento. Avançaremos em direção ao ponto de encontro.
- Dois Tangos a oeste Capitão.
- Entendido, derrube-os.
- Abatidos Senhor
-Ótimo
O vídeo game ligado, aos pés de uma bola enrolada em cobertores quentes berrava.
- Capitão Price, tudo limpo a esquerda, devemos avançar?
- Sim Sargento. Avançaremos em direção ao ponto de encontro.
- Dois Tangos a oeste Capitão.
- Entendido, derrube-os.
- Abatidos Senhor
-Ótimo
E mais um dia se seguia na vida de Guilherme. Com suas três
arrobas bem distribuída em um corpinho de nove anos. Não era de se estranhar
seu apelido no colégio ser ‘’Gordo’’, era Gordo pra lá, Gordo pra cá, e seu
nome passava a ser o apelido, assim como o apelido passava a ser seu nome. Nem
em sua família era visto como Guilherme, e sim como Gordo, às vezes Gordinho. Guilherme
tinha uma rígida rotina diária, que começava logo cedo, com o bater do seu pai
na sua porta, assim Guilherme levantava todo melado de sorve de flocos. Era bastante
comum ele passar pelo pai em direção ao banheiro, arrastando um cobertor e com
sorvete ressecado espalhado pelo rosto. A mãe nem ligara mais, ficava
satisfeita do filho não ser um garoto de rua, ou algum delinqüente juvenil. Deposição
pra isso Guilherme tinha de sobra, pensava sua mãe.
Guilherme tomava café, ia para o colégio, lanchava no
intervalo, voltava para casa, almoçava, jogava vídeo game, lanchava, trocava de
jogo, lanchava, ia jogar online, jantava, socializava com os colegas pelo seu
celular de ultima geração que ganhara da avó, e trocava SMS com sua namoradinha
virtual. Namorada essa que Arthur, dizia por vezes, ser um pedófilo tão gordo e
melado de sorve quanto o próprio Guilherme.
Arthur vinha dormir na casa de Guilherme quase que todos os meses,
coisas da família, tanto de Guilherme como a do próprio Arthur. Diziam que era
bom ter amigos, no caso, um pelo menos. Dessa vez era Guilherme que iria para
casa de Arthur, o que lhe deixara de mau humor.
De mochila pronta, Guilherme falava para o pai – Vamos logo
seu velho! Cadê o vigor dos bons anos? – fazendo uma cara de capeta que só ele
sabia. No fundo a mãe esbravejava – Já pegou
o sabonete? A escova de dente? Não quero ver meu filho sendo malvisto pelos
outros, ainda mais pela mãe do Arthur, que provavelmente lhe educou melhor do
que eu a você.
- Fala serio mãe, o Arthur é um careta pé no saco.
- Olha a língua, seu moleque! – falava a mãe de Guilherme de olhos e dentes serrados, bufando palavras ao entrar de volta em casa.
- Fala serio mãe, o Arthur é um careta pé no saco.
- Olha a língua, seu moleque! – falava a mãe de Guilherme de olhos e dentes serrados, bufando palavras ao entrar de volta em casa.
A chegada em Arthur era bem rápida. Cerca de vinte minutos
de carro. Uma eternidade para Guilherme, que mal passava da porta, subia correndo
desengonçadas as escadas em direção ao quarto de Arthur, e esmurrava sua porta
azul de madeira pesada e forte.
- Arthur! abre ai, anda cara, é vida ou morte. – Arthur levantava lentamente depois de um bocejo longo e tedioso. Já sabia há tempos que nada que Guilherme lhe dizia era realmente de vida ou morte.
- O que é tão urgente seu gordo? – dizia Arthur, com seu semblante serio e chateado.
- Não tenho tempo para explicações. Você tem tomada de três entradas ai? – dizia Guilherme, ao mesmo que entrava como um tufão gordo e de cheiro doce. Vestia uma camisa branca e uma bermuda bege, o que levara a Arthur a lhe comprar com uma casquinha de flocos.
Guilherme ligava o vídeo game como se sua vida dependesse disso, se espremeu entre a estante de livro, e a cômoda, onde a televisão estará em cima. Com só um braço tateou a parede, e com a cara colada na gaveta da cômoda nada via, mas mesmo assim conseguiu em tempo recordo conectar a tomada do eliminador e o cabo de vídeo e áudio. Saiu da posição incomoda sem fôlego e sentou no chão, procurando o CD em sua mochila.
- Arthur! abre ai, anda cara, é vida ou morte. – Arthur levantava lentamente depois de um bocejo longo e tedioso. Já sabia há tempos que nada que Guilherme lhe dizia era realmente de vida ou morte.
- O que é tão urgente seu gordo? – dizia Arthur, com seu semblante serio e chateado.
- Não tenho tempo para explicações. Você tem tomada de três entradas ai? – dizia Guilherme, ao mesmo que entrava como um tufão gordo e de cheiro doce. Vestia uma camisa branca e uma bermuda bege, o que levara a Arthur a lhe comprar com uma casquinha de flocos.
Guilherme ligava o vídeo game como se sua vida dependesse disso, se espremeu entre a estante de livro, e a cômoda, onde a televisão estará em cima. Com só um braço tateou a parede, e com a cara colada na gaveta da cômoda nada via, mas mesmo assim conseguiu em tempo recordo conectar a tomada do eliminador e o cabo de vídeo e áudio. Saiu da posição incomoda sem fôlego e sentou no chão, procurando o CD em sua mochila.
Arthur via aquilo tudo de camarote, da sua cama, como sempre
ficava. Olhou o gordo e suas peripécias para instalar um vídeo game, e sentando
ali ficou, com olhos grudados numa falsa guerra, se sentido um falso, um falso
homem pensava Arthur.
- Ei, seu gordo! – falou Arthur com uma voz doce. – O que você
vai ser quando crescer, qual é seu sonho? – Sem se dar a importância de virar o
rosto para o Arthur, Guilherme respondeu. – Quero ser projetista de jogos. Jogar
pra viver e viver pra jogar, esse é meu lema. – Arthur, virara pra janela e
mostrava os dentes de forma alegre.
- Isso é bem coisa de gordo mesmo.
- Minha mãe diz que é coisa de garotos inteligentes. – Arthur preferiu não comentar, sobre uma teoria que lera na internet a respeito de mulheres que chamam homens de inteligentes. Mas ainda mantinha um sorriso no rosto, desfigurado por pouca pratica.
- Você tem sorvete ai? – perguntou Arthur.
- Deixei com meu pai lá embaixo, ele deve ter dado pra sua por no freezer.
- Isso é bem coisa de gordo mesmo.
- Minha mãe diz que é coisa de garotos inteligentes. – Arthur preferiu não comentar, sobre uma teoria que lera na internet a respeito de mulheres que chamam homens de inteligentes. Mas ainda mantinha um sorriso no rosto, desfigurado por pouca pratica.
- Você tem sorvete ai? – perguntou Arthur.
- Deixei com meu pai lá embaixo, ele deve ter dado pra sua por no freezer.
Arthur gostava de sorvete de flocos. Fazia dos pequeninos
floquinhos de chocolates, pessoas de uma grande cidade cheia de neve, e os
comia de formas monstruosas e com barulhos bizarros. Guilherme reparara, mas
nunca permutava por que ele comia assim. Na verdade ele gostava de ver Arthur assim,
pois ficava muito entediado quando Arthur agia como seu chato e carrancudo avô.
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