O mentiroso e o sobrinho do prefeito




- Mentiroso de uma figa! Pare de dizer por ai que sou sobrinho do prefeito.
- Entenda meu amigo, esse é um charme a mais, lide com isso.
- Como vou lidar com um isso, moço?
- E sou eu que sei pegador? Se vira.

O dia não estava claro, não tinha pássaros cantando, nem mulheres andando em câmera lenta de cabelo ao vento. Estava tudo um caos.
Pedro estava lá, em pé, seduzindo uma medica. Seus braços pairavam de forma poética e melancólica, como um poema de Freddie mercury. Como Pedro sempre dizia:  -''tire essas mãos dos bolsos! Você tem que ser sedutor, engraçado e gentil''.

Sua fama já corria por toda parte, mulheres se jogavam as seus pés, homens o imitavam, nada mais podia apagar sua brilhante imagem de garanhão sedutor. Seu celular não parava de tocar, ele não tinha um minuto de sossego, dava até aulas de sedução. Todo dia bem cedinho, na sala 217. Era sem erro, lá estava ele, de costas para o quadro gesticulando. Nas cadeiras estavam eles e também estavam elas.

Ele era inteligente e atleta, profissional e de lábia forte. Andava com uns pobres coitados que tentavam por Modus Ponens absorver um pouco da sua magia.

Eu particularmente nunca o vi perder uma mulher, era certo, um olhar e lá estava ela, seduzida e encantada. Não importava se ela era contra casamento, malvada, difícil, uma olhadela e ela já era.

Marcia.
Maria.
Joana.
Sandra.
Tais.
Carla.
Silvia.
Cida.
Renata.
Fernanda.
Erica.
Já falei Marcia?

- Cara que relógio de rico, véi!
- Foi meu tio que me deu.
- Pohha, ele deve ser ricão!
- Não moço, ele é politico.
- O prefeito da tua cidade?
- Não rapaz.
- ETA POHHA, OLHA O RELOGIO DE PEDRO!!!
- Ohh véi, para com isso.
- FOI O TIO DELE PREFEITO QUE DEU!!!
- Óh que bicho mentiroso, véi;

Momentos depois já estava na boca do povo, o sobrinho do prefeito, um partidão, um pão.

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