Primeira pessoa do singular
Hoje ele acordou meio como sempre, meio como novo, meio com
sono mesmo... Ele não, eu.
Tá, modelo antigo.
Hoje eu acordei meio como sempre, meio como um novo, meio com um sono da porra mesmo. E o que eu posso fazer? Quando se dorme tarde se acorda cedo, é um reverso inverso.
Tá, modelo antigo.
Hoje eu acordei meio como sempre, meio como um novo, meio com um sono da porra mesmo. E o que eu posso fazer? Quando se dorme tarde se acorda cedo, é um reverso inverso.
Sabe quando a gente olha no espelho de manhã e vê aquele
cabelo pra cima, os olhinhos bem apertados, a boca seca, as bochechas inchadas
ainda pelo travesseiro duro? Eu sei também, é o máximo. Minha mão rela na barba
igual a do Wolverine. Sim, ela é igual a do Wolverine, e eu não vou tirar! Mas
não nego que sempre penso em tirar tudo, mas já tá quase na hora deu ir aula,
ia da muito trabalho, então deixa assim.
A calça é azul pra variar, ontem foi cinza, mas sujou de
lama, não sei de onde veio lama nesse sol infernal que faz em Salvador. Enquanto
isso no jornal ainda passa revolta, desastre, mortes e gols do Neto Baiano. O tênis
ainda está macio, e é como ele, esse velho e perto All Star preto da estrelinha
que vai o caminho todo fazendo ‘’chilep,
chilep’’ pelas ladeiras.
Como sempre ao passar pela ponte, vindo da Cardeal, olho o relógio
e o termômetro que fica lá embaixo, e penso na miséria que é tá calça nessa
bagaceira de 32°C. Pelo menos atrasado eu não estou, ainda faltam três horas
para aula. O que me confortar é saber que ao chegar eu vou sentar na minha sala
e ligar o ar condicionado no máximo. Na verdade a sala nem é minha, tenho que
esperar mais uns anos pelo usucapião, ai sim, serei dono da sala 120 do
primeiro andar do paf I, ali sim é meu lugar, a 121 também em agrada bastante,
mas não vem ao caso. E lá eu fico, hora estudando, hora jogando poker com Fred
Mercury, quando ele aparece.
E de lá eu subo, claro que antes tenho que encher a garrafa
de água. Sim, eu sou viciado em água, é uma droga desgraçada. Ser for uma terça-feira
ou quinta, tenho que ir a química comprar amendoim, se não o sono vem, e eu
durmo na aula depois do almoço.
O almoço é uma maravilha, 2,50$, achei bem em conta, a fila
eu sempre que posso corto, o povo da Info é gente boa, ou então é algum brother
que já cortou mais na frente. Mas o grande problema é que esse restaurante tem
muita gente, e é quente, o nosso tá em reforma, eu adorava ele, a Tia me dava mais
comida lá. Opa! Hoje tem pudim!
Depois do almoço, dependendo do dia, deitar na grama é uma
boa, ou voltar pra 120 jogar poker, ou ir ao laboratório ficar na internet. Estuda que é bom, nada!
E assim aula começa e aula acaba, sobe andar, desce andar.
Opa! A guria do corredor, ai é papo garantido, dizem que farmácia é o canal. O
papo foi curto dessa vez, eu não tô achando muita graça nas coisas nos últimos tempos
não, por mais que eu procure, corra atrás, conheço gente, está tudo muito
chato, mano.
E assim dá a hora de voltar pra casa, espero meus
companheiros de subida, mas só vamos até a escada de arquitetura, de lá a
diante é um pro norte outro pro sul. Cara e pensar que eu fui roubado aqui na
bosta dessa saída. Que se foda, não é a primeira vez e o celular de Nadson era difícil
de mexer.
Comprar o pão é de lei, igual a um pai de família, e hoje
tem que comprar leite também. O primeiro portão tá uma merda, vou ver se boto
um óleo nesse cadeado depois, ou espero pelos vizinhos botar, vou pensar. O
cara que divide a casa comigo, deixa a casa toda escura, se tranca no quarto
com um fone e vive lá, no twitter, só pode. Nestante levanta falando pra nós ir
comprar alguma coisa.
E num é que foi dito e certo, aqui tou eu descendo pra
Vasco, pra ir no extra comprar o que comer. No Extra é o Extra, mercado e tal,
de bom só cerveja. Ahh, na primeira semana teve um fato legal, vou contar:
Estava eu nos corredores da vida, conheci uma guria, papo vai papo vem,
marcamos de sair, quando ela perguntou pra onde, eu responde de bate-pronto, ‘’vamos
pro Extra, ora’’, pensando bem a história escrita nem é tão engraçada, mas na
hora foi. Ai Alan deu uma tapa nas costas dizendo: - Vai char pro Extra é?
Chama pro shopping rapaz, pro cinema. - Eu acabei nem chamando pra lugar nenhum, não
quer ir pro Extra, não merece minha atenção, o Extra é o canal, rapaz.
Massa garrafinha nova, e eu vô beber pra esquecer meus
problemas ‘’bebe negão’’. São agora vinte e três garrafas de vinte tipos
diferentes de cerveja, eu até tenho uma conta no Brejas.com.
A pior parte de chegar é ir limpar o banheiro, completamente
sujo e cheio de cabelo, quer dizer, cabelo é o que não fata nessa casa, meu
colega de casa, tem uma arvore na cabeça. Cada vento que bate, voa cabelo pra
tudo quanto é lado.
Sim, agora eu vou pro Facebook. Cerveja, salgadinho,
internet, rapaz, nada mal pra começar a noite. Eu tô particularmente em estagio
de pré-vicio nessa merda, mas vou da um tempo essa semana que tenho que estudar
G.A., e G.A. é barril. Mas tá normal, mal consigo ver o que o povo posta, a
velocidade da timerline tá muito rápida novamente, bando de viciado do caralho.
Eu até casei, quer dizer, vou casar, fiz o pedido pelo chat, típico de um aluno
de C.C. sem vida. (bando de cafajeste), Relaxem que os chamarei pra festa. E já
tá é tarde novamente e nem estudei L.P., na moral eu tô um vagal.
E aqui tou eu, escrevendo o pôster da semana. (acabei de ter uma ideia boa, no próximo pôster
eu posto). Enfim, fim.
Away!
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